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À CONVERSA COM... 11
Viviana concerne ao tratamento das “Será necessário
Tavares doenças reumáticas, “continua continuar a apostar
a ser o acesso em tempo útil às numa melhor
“Caminhamos consultas de reumatologia”. Esta preparação em DR,
para uma dificuldade tem várias causas, quer nos cursos de
medicina 4P” desde “a identificação precoce, medicina quer na
em cuidados primários, dos formação de Medicina
Na abordagem ao grupo das apesar de nos últimos anos se doentes que mais necessitam e Geral e Familiar”
doenças mais frequentes nos países assistir a um incremento da beneficiam da intervenção de um
desenvolvidos, o das doenças investigação e do conhecimento reumatologista”, até uma “melhor séria e empenhada das autoridades
reumáticas (DR), a necessidade de dos seus mecanismos cobertura nacional de serviços de saúde que permita aquilo a que
um leque cada vez mais abrangente fisiopatológicos, as opções de Reumatologia, que possa todos os doentes reumáticos têm
e inovador de terapêuticas é uma farmacológicas disponíveis são dar resposta eficaz e célere às direito: um melhor e mais rápido
realidade incontornável. ainda escassas e com resultados, solicitações e necessidades dos acesso a cuidados especializados
Assim, é importante perceber qual até agora, nem sempre tão bons doentes reumáticos”. Numa análise de Reumatologia. Se isso acontecer
é a situação atual neste contexto e no que respeita à modificação do global relativa ao tratamento o futuro dos doentes reumáticos
os esclarecimentos são feitos por curso da doença, como os que das DR, a Dr.ª Viviana Tavares será bem melhor.”
Viviana Tavares que confirma que encontramos na artrite reumatoide conclui: “caminhamos para o No que toca à área da investigação
nos últimos anos “têm-se verificado e noutras doenças inflamatórias”. que, atualmente, se designa por em doenças reumáticas, a Dr.ª
grandes avanços terapêuticos nas Segundo a ex-presidente da uma medicina 4P, ou seja, uma Viviana Tavares destaca que se
doenças reumáticas inflamatórias Sociedade Portuguesa de medicina cada mais preditiva, assiste a um “empenhamento dos
que, embora menos prevalentes, Reumatologia, o desafio, no que preventiva, personalizada e mais internos e novos especialistas
são muito importantes por terem participada pelo doente”. Uma na investigação básica, clínica
um compromisso funcional “Existem terapêuticas caminhada que tem sido possível e epidemiológica” que é visível
significativo e, muitas vezes, até um novas e inovadoras pela identificação de marcadores pelo número de projetos de
compromisso vital”. A especialista a surgirem com genéticos e biológicos que “ajudam doutoramento e pelo número de
explica ainda que, neste grupo de grande regularidade a prever desenvolvimento e internos em programas doutorais,
patologias, existem “terapêuticas e centradas em alvos prognóstico de algumas doenças salientando que “as duas grandes
novas e inovadoras a surgirem com cada vez mais precisos reumáticas” e que permitem bases (Reuma.pt e EpiReumaPt)
grande regularidade e centradas dentro da cadeia da também “identificar respostas serão, de certeza, muito úteis para
em alvos cada vez mais precisos inflamação e terapêuticas, possibilitando se continuarem a desenvolver
dentro da cadeia da inflamação da imunidade” uma intervenção farmacológica projetos de investigação no país”.
e da imunidade”. No entanto, em mais precisa e personalizada”.
doenças muito mais prevalentes, A especialista salienta, a nível Viviana Tavares
“como a osteoartrose, por exemplo, nacional, o importante papel da Assistente
base de dados Reuma.pt, cuja Graduada de
análise tem ajudado a perceber “a Reumatologia
verdadeira eficácia e segurança Hospital Garcia
das terapêuticas biológicas”, dando de Orta
também “algumas indicações
sobre a escolha mais indicada para
cada situação”. A “participação
cada vez mais ativa dos doentes
no seu tratamento” é ainda uma
característica daquela base,
que permite o acesso on-line
dos doentes que podem assim
“preencher, no seu domicílio e
antes das consultas, os vários
questionários de avaliação da
atividade da sua doença”.
Não obstante os progressos e os
ganhos em saúde para os doentes
reumáticos que são evidentes
nos últimos anos, a Dr.ª Viviana
Tavares admite que ainda há um
longo caminho a percorrer. Na sua
opinião, “será necessário continuar
a apostar numa melhor preparação
em doenças reumáticas, quer
nos cursos de medicina quer na
formação de Medicina Geral e
Familiar” e “numa programação
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