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Fundada em 1849, a Pfizer conta na sua história com verdadeiros marcos civilizacionais, como a produção massiva de penicilina ou a irradicação global da varíola, para cujo sucesso teve um papel determinante. Ou ainda do tracoma, no Norte de África.

Hoje detém uma “carteira” com certa de 600 produtos, entre os quais alguns dos fármacos que marcaram a história da Medicina e também alguns dos mais “revolucionários” medicamentos da atualidade, como a Prevenar 13, vacina antipneumocócica recentemente incluída no Programa Nacional de Vacinação ou o tafamidis (Vyndaqel), o primeiro medicamento indicado no tratamento da paramiloidose, que permite atrasar a evolução da doença… Ou ainda o célebre Viagra (citrato de sildenafil), que para além da indicação inicial para a disfunção eréctil, revelou ser eficaz no tratamento da hipertensão pulmonar.

Em entrevista ao nosso jornal, José Aleixo Dias, Diretor Médico da filial portuguesa, traçou o perfil “genético” de uma companhia com um dos mais promissores pipelines à escala global, que aposta forte na investigação translacional, aplicando os resultados da investigação básica à investigação clínica.

Focalizada na investigação e desenvolvimento (I&D) de novos medicamentos que permitam suprir necessidades médicas identificadas, a empresa tem protagonizado o lançamento de novas classes terapêuticas em diferentes áreas. E conta com cerca de 90 novos medicamentos em diferentes estádios de desenvolvimento clínico, muitos dos quais, se vierem a ser aprovados, inauguram novas classes terapêuticas, com mecanismos de ação inovadores.

Em entrevista ao nosso jornal, José Aleixo Dias, Diretor Médico da filial portuguesa, traçou o perfil “genético” de uma companhia com um dos mais promissores pipelines à escala global, que aposta forte na investigação translacional, aplicando os resultados da investigação básica à investigação clínica. “Uma aposta de risco” aponta Aleixo Dias. Desde logo, explica, “porque ao contrário do que acontece com a maioria das demais companhias farmacêuticas, cobrimos um conjunto alargado de áreas terapêuticas”, com especial enfoque na imunologia, doenças metabólicas e cardiovasculares, oncologia, vacinas, neurociências e doenças raras. E em todas elas, sublinha, “os progressos têm sido fantásticos”.

Exemplos não faltam: “lançámos recentemente o Eliquis (apixabano) em parceria com a BMS, um anticoagulante verdadeiramente inovador, indicado para um vasto conjunto de situações clínicas, que pelas suas características está a ser muito bem aceite pela comunidade médica e pelos doentes”, aponta, para logo acrescentar: “em 2017 contamos poder disponibilizar o Xeljanz (citrato de tofacitinib), um inibidor da Janus quinase (JAK), indicado no tratamento da artrite reumatoide, que para além de apresentar um inovador mecanismo de ação e representar uma alternativa terapêutica eficaz para determinados tipos de doentes, tem a vantagem de ser administrado por via oral. É mais um passo de um longo caminho iniciado pela Pfizer na investigação nesta área e que resultou no lançamento, em 1988, do metotrexato; um pouco mais tarde, em 1994, do etanercept (Enbrel); e já no final do século passado, do Celebrex (celecoxib)”.

Uma outra área na qual a Pfizer tem investido forte nos últimos anos é a da oncologia. “Contamos com um número muito considerável de produtos, todos eles muito bons. As novidades nesta área são quase diárias, com novos e animadores resultados de um pipeline diversificado, com medicamentos indicados no tratamento de um vasto tipo de cancros, como o do pulmão de não-pequenas células, do rim, da mama, e a leucemia”, concretiza Aleixo Dias.

Em ensaios clínicos de fase III e na área cardiovascular, o médico destaca o bococizumab, um anticorpo monoclonal que está a ser desenvolvido para o tratamento de doentes com hipercolesterolemia de difícil controlo. “Trata-se de um medicamento injetável, administrado de 15 em 15 dias, que tem demonstrado resultados muito positivos nos ensaios clínicos realizados até agora e que envolveram milhares de doentes. Se tudo correr bem, esperamos poder disponibilizá-lo dentro em breve no mercado”, revela o médico.

Na área das doenças raras, em que muito embora os riscos de investimento sejam elevados a Pfizer tem apostado de forma sustentada, Aleixo Dias destaca como exemplos, para além do já referido Tafamidis, primeiro medicamento indicado no tratamento da paramiloidose familiar, o Somavert (pegvisomant), indicado no tratamento da acromegalia, o Genotropin, uma hormona recombinante de crescimento humana e o rivipansel, indicado no tratamento da anemia falciforme. “Exemplos que demonstram o nosso empenho em continuar o desenvolvimento neste domínio” sublinha o Diretor Médico da companhia.

“Relativamente às vacinas, outra das áreas terapêuticas-chave da Pfizer, para além da inclusão da Prevenar 13 no Programa Nacional de Vacinação e da sua comparticipação, esperamos introduzir dentro de algum tempo no mercado português a Trumenba, uma nova vacina indicada na prevenção da infeção meningocócica por Neisseria meningitidis de tipo B”. O novo medicamento encontra-se em ensaios de fase III. Um pouco mais “atrasada” está uma outra vacina indicada na imunização contra o Staphylococcus aureus e uma outra, contra o Clostridium difficile, ambas em ensaios clínicos de fase II.

Investigar em Portugal… Uma aposta que começa a dar resultados

Neste, como em muitos outros ensaios clínicos levados a cabo pela Pfizer em todo o mundo, Portugal não participou. “Não tanto pelas barreiras burocráticas que no passado quase que impossibilitavam o investimento nesta área no nosso país, mas por outro tipo de «bloqueios» por vezes difíceis de ultrapassar. Um deles era o da proibição de os auditores acederem aos processos clínicos imposta pela nova legislação, aprovada em 2014, algo que não era compaginável com as boas práticas de investigação adotadas a nível internacional”, aponta Aleixo Dias. Argumento que após inúmeras diligências junto da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), do Ministério da Saúde e da Comissão Parlamentar da Saúde acabou por vingar, tendo a alteração à lei sido aprovada no passado dia 29 de Maio… “Ainda que continue a haver muita gente a defender que a permissão de acesso aos dados clínicos pelos auditores não deveria ser permitida”, sublinha o médico.

Obstáculos que “afugentam” as empresas farmacêuticas, particularmente as norte-americanas, que não admitem qualquer margem de desvio das normas de boas-práticas que regulam os ensaios clínicos. E que resultam em prejuízo para o país.

Um estudo encomendado em 2013 pela APIFARMA à consultora Price Waterhouse Coopers (PwC) mostra bem o fosso que separa Portugal dos demais países europeus – e não só – neste indicador.

De facto, enquanto Portugal registou em 2012 apenas 10 ensaios clínicos por milhão de habitantes (PMH), 25% dos quais de fase I ou II, a Bélgica somava 47 ensaios PMH, com uma percentagem de ensaios de fase I e II de cerca de 53%.

Pese a escassez, a verdade é que os poucos ensaios realizados em 2012 permitiram ganhos económicos para o país de cerca de 72 milhões de euros e a criação de 1.068 postos de trabalho, informa o estudo.

Às perdas financeiras, contabilizáveis, há que adicionar outras, de difícil quantificação, como o “saber” que se adquire no processo de desenvolvimento do ensaio; a partilha de informação relativa às áreas clínicas em que se inserem as novas moléculas, através do contacto com especialistas de centros de investigação a nível mundial… E também as perdas para muitos doentes, que poderiam beneficiar de tratamentos inovadores muito antes de os mesmos estarem disponíveis no mercado.

Um novo horizonte para a investigação

“De então para cá, foram muitas as mudanças operadas, não apenas a nível legal, mas também, e sobretudo, de mentalidades; da superveniência de uma cultura de investigação que já firmou raízes e de onde nos chegam, quase diariamente, notícias de novas descobertas, muitas delas com grande potencial. Como também temos hoje no terreno atores que foram capazes de introduzir novas dinâmicas. Centros de investigação como o IMM ou a Fundação Champalimaud e os muitos grupos de investigação que hoje povoam a Academia são disso exemplo e permitem-nos olhar o futuro com um otimismo que até há pouco escasseava”, reconhece Aleixo Dias.

Apesar das dificuldades e da morosidade que ainda marca o processo de autorização, a Pfizer tem neste momento a decorrer em Portugal três ensaios clínicos, todos na área da oncologia, “um envolve o palbociclib, que está a ser desenvolvido para o tratamento do cancro da mama avançado – primeiro fármaco de uma nova categoria e que apresentou recentemente resultados muito promissores. Outro com o rituximab para o tratamento do linfoma folicular e o trastuzumab, indicado no tratamento de cancro da mama metastizado. Para além destes ensaios clínicos apoiamos 21 estudos não clínicos, de iniciativa de diferentes grupos de investigação nacionais, num investimento que nos últimos cinco anos terá ascendido a mais de quatro milhões de euros”, revela o Diretor médico da empresa.

De referir que no final de abril, a nível global, a Pfizer contava no seu pipeline, com 30 moléculas em ensaios de fase I; 28 em fase II; 24 em fase III; e seis em processo de registo para introdução no mercado, num total de 88 medicamentos, cobrindo todas as áreas terapêuticas estratégicas em que a companhia decidiu “apostar”.

De salientar também que os ensaios clínicos envolvendo medicamentos da Pfizer são realizados por empresas de investigação clínica (CRO na sigla inglesa) contratadas para o efeito, como a ICON e a Parexel.

Target therapies… Porque nem tudo serve a todos

À semelhança do que aconteceu na esmagadora maioria das áreas de atividade, a de investigação e desenvolvimento de novos medicamentos viveu uma verdadeira revolução tecnológica, nas últimas décadas. “Passámos de uma era em que, grosso modo, se sintetizava uma determinada substância química, para depois a produzir em larga escala, para uma investigação em que o alvo são grupos de doentes específicos. Veja-se o caso do crizotinib que, está indicado no tratamento do cancro do pulmão de não-pequenas células e que é altamente eficaz em doentes com teste ALK-positivo, ou seja, cujas células cancerígenas contêm determinados «defeitos» que afetam o gene responsável pela proteína ALK (cinase do linfoma anaplásico). Estima-se que na população em geral, entre cinco a seis por cento das pessoas sejam ALK positivas. Ora é apenas neste grupo limitado da população que aquele medicamento é eficaz ”, explica o responsável médico da Pfizer. “Há alguns anos atrás não era assim. Tínhamos um citostático, por exemplo, ou outro qualquer medicamento e administrávamo-lo a todos os doentes. Nuns os resultados eram positivos, noutros não. Não sabíamos, a priori, quais os doentes em que o medicamento iria «funcionar». Hoje isso é possível, através da determinação de características particulares das células cancerígenas, comuns a determinados grupos de doentes. Conhecidas estas «especificidades», desenvolvemos moléculas que atuem sobre elas interferindo assim no desenvolvimento do tumor. Entrámos na era das chamadas target therapies, terapias desenvolvidas «à medida» de grupos mais ou menos delimitados de doentes”.

Engana-se, todavia, quem pense que descoberta uma «especificidade» celular o problema fica resolvido. Longe disso. De facto, explica Aleixo Dias “nem todos os doentes, por exemplo, se comportam da mesma maneira. Os períodos livres de doença variam de doente para doente, o que indica que existem outros factores suscetíveis de influenciar a eficácia do tratamento, o que obriga a investigação complementar para os identificar. In extremis esta investigação conduzirá ao desenvolvimento de medicamentos feitos «à medida» de um determinado indivíduo ou de um grupo limitado de pessoas.

Outra «linha» de investigação que se insere na busca incessante de conhecer melhor o funcionamento do corpo humano tendo em vista o desenvolvimento de novos tratamentos, tem como objeto o próprio sistema imunológico. Uma abordagem que em termos muito simplistas, poderia ser descrita como o recurso àqueles mecanismos, modelando-os de modo a «atacarem» as células causadoras de doença.

Inovação: custo ou investimento

Sempre presente no debate sobre inovação, o custo das novas terapêuticas suscita sentimentos contraditórios onde no limite o que se discute – ainda que sem nunca o admitir-se abertamente – é o quanto vale cada dia a mais de uma vida humana. “Penso que a questão primordial a que se deve dar resposta é a de se se trata de um custo ou de um investimento, ou se quiser… «sai do bolso e não volta ou existe retorno?». Por outro lado é preciso desmistificar a ideia, que de tantas vezes repetida fez com que haja quem acredite que reflita a realidade, de que os custos com medicamentos representam o grosso da despesa com a saúde, o que não é de todo verdade. Representarão, se tanto, cerca de 15% da despesa total…” salienta Aleixo Dias.

A par com os enormes progressos registados ao nível do saneamento básico no século passado, “os medicamentos foram os principais responsáveis pelo aumento exponencial da esperança média de vida da população. E hoje são mesmo o principal responsável pela longevidade crescente dos indivíduos que se regista nas sociedades mais desenvolvidas”.

“O medicamento é a principal ferramenta da saúde pública!”, afirma o responsável médico da Pfizer, para logo acrescentar: “cada vez mais difíceis de obter”! E avança com exemplos concretos: “veja-se o Enbrel (etanercept), um medicamento indicado no tratamento da artrite reumatoide já com cerca de quinze anos de experiência no mercado. É produzido num «campus» de biotecnologia da Pfizer em Dublin, na Irlanda. Para se ter uma ideia da complexidade da produção… Refira-se que são precisos cerca de 40 dias para se obter uma unidade. A tecnologia genética – de ADN recombinante – associada à produção deste medicamento é extremamente sofisticada e passa por desenvolvimento celular. Antes de qualquer lote ser «libertado» é sujeito a cerca de duas dezenas de testes, desde logo para garantir a sua menor imunogenicidade, isto é, que o produto não irá provocar uma resposta por parte do sistema imunológico do doente. Isto custa dinheiro”!

Outro exemplo: o Prevenar 13. “Trata-se de uma vacina que combina 13 serótipos diferentes de pneumococos. Os testes por que tem que passar antes de chegar aos utentes são de uma complexidade extrema. E cara. Não é um comprimido que se produz misturando meia dúzia de substâncias químicas…” exemplifica Aleixo Dias para logo avançar com a pergunta-chave: “e vale a pena? Vale. Tanto assim é que foi incluída no Programa Nacional de Vacinação e passou a ser comparticipada”. Por outro lado, diz, é também importante dizer que o nosso mercado é regulado. E desenganar quem acredita que os preços são impostos pelos «maus» que mandam nas farmacêuticas. Não é verdade. O preço praticado em Portugal obedece a regras muito precisas, desde logo a que impõe que não pode ser superior ao da média dos praticados nos chamados países de referência (Espanha, França e Eslovénia) ”, explica.

É o Estado, através do INFARMED, que decide se face aos benefícios demonstrados por um determinado medicamento se justifica pagar determinado valor.

E também não é verdade que em Portugal os medicamentos são mais caros do que noutros países. “Tanto não é que por vezes há falta de medicamentos nas farmácias, devido à exportação paralela alimentada pelos baixos preços que se praticam em Portugal comparativamente com os praticados noutros países”, aponta o médico. E dá exemplos em causa própria. “Veja-se ocaso Eliquis (apixabano), lançado em Setembro do ano passado e que está a ter uma aceitação muito significativa em Portugal. Muito embora abasteçamos o mercado com as quantidades necessárias, a verdade é que por vezes as pessoas relatam dificuldades em adquiri-lo por rutura de stocks nas farmácias… Devido à potencial exportação paralela”

A indústria comunica mal… Mas está a melhorar!

Confrontado com a afirmação de que a Indústria farmacêutica comunica mal, surgindo frequentemente como “a má da fita”, Aleixo Dias não hesita em anuir. “É verdade. A perceção global não é «famosa». Mas está a melhorar. E esta melhoria passa por comunicarmos mais, por irmos ao encontro das pessoas e explicar-lhes o que fazemos. Nas universidades, nas associações de profissionais da saúde e junto do poder político. Darmo-nos a conhecer; mostrar o que fazemos e quais os resultados que conseguimos alcançar em termos de melhoria da saúde. E estarmos presentes, também, associando-nos a iniciativas com a sociedade, algo que na Pfizer fazemos desde sempre. Já muito foi feito mas temos consciência de que há ainda muito por fazer. E acima de tudo de que não teremos resultados de um dia para o outro; que é um trabalho demorado, muitas vezes minado por «intoxicação» externa, de vozes que invariavelmente se insurgem contra a indústria, empolando casos isolados; focando-se apenas nos lucros; tomando o todo pela parte. Mudar mentalidades é difícil, mas estou certo de que com o empenho de todos, no dia-a-dia, iremos conseguir!”, conclui.

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quarta-feira, 13 maio 2015 13:19

Polineuropatia amiloidótica familiar à lupa

Curso Paramiloidose 2

A polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) é uma amiloidose hereditária autossómica dominante, que se manifesta na idade adulta. A sua principal manifestação clínica é uma neuropatia mista, sensitiva, autonómica e motora, progressiva e fatal.

A PAF foi descrita pela primeira vez em 1952 por Corino de Andrade, a partir da observação de doentes oriundos do litoral norte, na região da Póvoa de Varzim.

No que concerne à sua etiologia, a PAF é provocada pela deposição de uma proteína mutante sob a forma de substância amilóide. Existem outras formas clínicas para além daquela que foi inicialmente denominada como doença de Andrade ou tipo português, no entanto a proteína envolvida mais frequentemente é a transtirretina e da qual se conhecem numerosas formas mutantes.

A transtirretina é uma proteína de transporte plasmático, sintetizada no fígado, na retina e nos plexos coróideus; a principal fonte é hepática. Com mais de 100 mutações patogénicas conhecidas, a mutação Val30Met é a mais frequente e é responsável pelos focos de grande dimensão conhecidos no mundo (Portugal, Japão, Suécia, Maiorca).

Quando pensar em PAF? NP de pequenas fibras, sensitiva e sensitivo-motora:
• Dores nevrálgicas (dores tipo choque eléctrico ou fisgada,intermitentes,
piores na cama ou pós-exercício);
• Perda de sensibilidade ao calor e à dor (feridas e queimaduras sem sentir)
• Perda de força sempre associada a < sensibilidade;
• Início distal, ascendentes e de intensidade progressiva.
EMG:
• Normal (só no início);
• NP axonal (sensitiva ou sensitiva e motora).
Com disautonomia:
• Enfartamento, vómitos, perda de peso;
• Obstipação/diarreia;
• Perda de peso sem razão evidente;
• Retenção urinária (com ITU recorrentes)/incontinência;
• Impotência;
• Hipotensão ortostática.
Com perturbações da condução cardíaca:
• Bloqueios AV e de ramo;
• Bradicardia sintomática.
Independentemente:
• Do sexo;
• Da idade;
• Da história familiar;
• Da região de origem.

Considerar a hipótese de PAF-TTR Enviar para consulta de paramiloidose ou a qualquer consulta de Neurologia Para sequenciação do gene da TTR.

 

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Curso Paramiloidose 1

“Os médicos de MGF são uma das audiências mais importantes, na medida em que são os especialistas que estão no terreno e cobrem a realidade total do País. São uma ajuda para nós que estamos na retaguarda. É por isso, desejável, generalizar este tipo de iniciativas”, adiantou ao nosso jornal a directora da Unidade Clínica de Paramiloidose (UCP) do Centro Hospitalar do Porto (CHP), Teresa Coelho, que neste curso abordou a temática da hereditariedade da PAF.

A especialista caracterizou a polineuropatia amiloidótica familiar (PAF) como uma amiloidose hereditária autossómica dominante, que se manifesta na idade adulta, sendo a sua principal manifestação clínica uma neuropatia mista, sensitiva, autonómica e motora, que é progressiva e fatal. Actualmente, com um maior conhecimento disponível sobre a paramiloidose, “diagnosticamos cada vez mais probandos sem doença nas gerações prévias, em doentes sem história familiar (HF) – o que pode levar à investigação da família e referenciação de familiares (mesmo assintomáticos) para consultas de especialidade – e em doentes idosos”.

Uma realidade corroborada pela colega da UCP/CHP, Cristina Alves, que abordou a questão do diagnóstico da PAF e, mediante o número crescente de doentes diagnosticados nos últimos anos, explicou aos internos de MGF que, “a paramiloidose é uma doença em expansão em Portugal, não tão rara quanto se pensava, sendo a idade de início da doença e sua apresentação inicial bastante mais variável do que as descrições iniciais de Corino de Andrade”. De acordo com esta especialista, “a ausência de história familiar não pode excluir a PAF do diagnóstico: existem casos esporádicos, idades de início tardio e desconhecimento da doença noutros familiares”. O atraso no diagnóstico – que “é ainda frequente, mesmo entre os neurologistas” – é tanto mais “dramático” quando se sabe que existem hoje em dia “tratamentos modificadores da doença – Transplante Hepático e Tafamidis – restritos aos doentes em fases iniciais”, adiantou Cristina Alves, explicando que “se o doente nos chegar numa fase adiantada, pode já não ser elegível para este tratamento”.

Assim, é fundamental que os especialistas de MGF estejam não só despertos para esta doença, como conheçam esta variabilidade, que pode dificultar o diagnóstico. A este respeito, a neurologista do CHP, Ana Martins Silva – que neste curso realizou uma avaliação neurológica de um potencial doente de PAF ao vivo – deixou uma informação importante: “O fundamental é perceber que a PAF é uma causa de polineuropatia crónica com início na idade adulta e que, ainda que seja hereditária, em muitos casos não se conhece a história familiar em gerações anteriores. Esta doença deve ser colocada como hipótese em todas as situações em que existam polineuropatias”.

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Curso Paramiloidose

Com o intuito de colmatar algumas lacunas formativas e complementar os conhecimentos adquiridos durante o Internato, a Associação de Internos de Medicina Geral e Familiar da Zona Norte (AIMGF) organizou, em parceria com os Laboratórios Pfizer, no passado dia 11 de Abril, um curso sobre paramiloidose, uma doença que, apesar de rara, tem uma expressão particularmente acentuada no Norte do País. A acção de formação “permitiu responder às principais questões que um médico de Medicina Geral e Familiar poderá ter em relação a esta doença, contribuindo ainda para o esclarecimento de muitos mitos associados à mesma”, salientou a direcção da AIMGF, em jeito de balanço dos trabalhos.

Polineuropatia amiloidótica familiar (PAF), paramiloidose, doença de Corino de Andrade ou doença dos pezinhos. Esta doença hereditária de carácter progressivo tem muitos nomes, mas ainda é pouco conhecida, mesmo entre a classe médica. Apesar de rara, a PAF assume uma relativamente elevada prevalência no Norte de Portugal. O médico de Medicina Geral e Familiar (MGF) tem um papel primordial neste contexto, não só na detecção dos primeiros sinais e sintomas – essenciais para o diagnóstico precoce da doença e para o seu tratamento –, mas também pela relação estreita que possui com as famílias, permitindo-lhe perceber quais os potenciais elementos em risco e que devem ser encaminhados para despiste precoce da doença, assim como o planeamento de uma gravidez no seio de uma família afectada com envio precoce para um centro especializado. Acresce ainda a importância que a MGF poderá ter no acompanhamento da evolução clínica desta patologia, assim como no apoio ao doente e seus familiares.

Consciente deste papel, a AIMGF, em parceria com os Laboratórios Pfizer, escolheu justamente a paramiloidose para tema central da sua mais recente acção de formação. “A AIMGF tem vindo a apostar em formações de variados temas, que tentam ir ao encontro das expectativas e necessidades dos internos de MGF, com temáticas que visam colmatar alguma carência formativa ou que se assumem como um complemento ao nosso internato. Acima de tudo, tentamos que os nossos cursos sejam predominantemente práticos e dirigidos à nossa actividade clínica do dia-a-dia”, adiantou ao nosso jornal fonte da direcção da AIMGF.

De acordo com os organizadores, este curso destacou-se em particular pelo “carácter inovador do tema em MGF, evidenciando uma nova era nesta área de formação: gerações cada vez mais envolvidas e sensibilizados para patologias de carácter crónico e hereditário, com grande impacto na qualidade de vida dos seus doentes, que podem ser modificadas através do diagnóstico e tratamento precoce e cuja qualidade de vida pode ser melhorada com controlo sintomático adequado”.

A opinião geral, no balanço dos trabalhos, foi a de que “este curso respondeu às principais questões que um médico de MGF poderá ter em relação a esta doença e contribuiu também para o esclarecimento de muitos mitos associados à mesma”.

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Investigacao_1

Os Prémios Pfizer de Investigação, que hoje vão ser entregues em Lisboa, distinguem, este ano, trabalhos sobre um novo mecanismo de controlo da divisão celular e as potencialidades de tratamentos de leucemias, anunciaram as entidades promotoras.

Os prémios, no montante de 20 mil euros por trabalho, visam estudos publicados em 2014 em revistas científicas.

As equipas lideradas pelos cientistas Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular do Porto, e Henrique Veiga-Fernandes, do Instituto de Medicina Molecular de Lisboa, foram premiadas na categoria de Investigação Básica, enquanto a de João Taborda Barata na de Investigação Clínica.

O grupo de Hélder Maiato demonstrou que a região central das células em divisão é capaz de medir a posição dos cromossomas, estabelecendo um novo paradigma no controlo da divisão celular.

O mecanismo atrasa um dos últimos passos da divisão celular – a formação dos novos núcleos – para garantir que os cromossomas se distribuem correctamente entre as células-filhas.

Para o investigador-principal, "perceber a divisão celular permite descodificar uma base comum essencial para a vida de todos os organismos, com fortes implicações para a saúde humana".

A equipa liderada pelo investigador Henrique Veiga-Fernandes identificou uma proteína, a RET, em células estaminais (células capazes de gerar qualquer tecido) da medula óssea e do cordão umbilical, que melhora o seu funcionamento, o que pode contribuir para o sucesso de transplantes em doentes com leucemia ou linfomas.

A molécula em causa pertence ao tipo de proteínas que são activadas por outras que actuam nos neurónios – células do sistema nervoso – e que, à superfície das células estaminais, funciona como um interruptor, que, quando está ligado, faz com que elas funcionem muito bem, "permitindo uma eficácia terapêutica superior à utilização das células com os métodos convencionais", disse anteriormente à Lusa o cientista.

As células, descreveu, passam a ser mais eficientes, a serem capazes de "resistir, de forma muito eficaz, a agressões celulares que acontecem durante a transplantação".

A experiência foi feita com ratinhos, em que a proteína foi manipulada geneticamente. Posteriormente, células do cordão umbilical humano, com mais ou menos expressão da proteína, foram transplantadas, com sucesso, nos roedores.

A transplantação de células estaminais é usada no tratamento de leucemias, linfomas e doenças hereditárias do sistema imunitário, mas nem sempre com êxito devido ao seu número limitado.

João Taborda Barata e a sua equipa descobriram como travar a evolução de um tipo de leucemia frequente em crianças, a leucemia linfoblástica aguda de células T (LLA-T), através da utilização de um composto farmacológico, o que abre portas ao desenvolvimento de um tratamento alternativo ao existente.

O composto, PF-004777736, foi usado para inibir em doentes o gene CHK1, cuja actividade aumenta neste tipo de leucemia, tendo os investigadores verificado que induzia a morte de células LLA-T, sem afectar as células T normais.

De acordo com João Taborda Barata, o gene CHK1 constitui "um novo alvo molecular para potencial intervenção terapêutica em leucemia pediátrica".

A LLA-T é um cancro do sangue (tumor líquido) que se caracteriza por um aumento descontrolado do número de linfócitos T (glóbulos brancos), as células do sistema imunitário responsáveis por identificar e combater agentes externos causadores de infecção.

Para a edição de 2014, foram avaliados 72 trabalhos – 51 de investigação básica e 21 de investigação clínica.

O galardão, considerado a mais antiga distinção na investigação biomédica em Portugal, é concedido há 58 anos pela farmacêutica Pfizer e pela Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa.

A cerimónia de entrega dos prémios conta com a presença da secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira.

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premiopfizerOs Laboratórios Pfizer em colaboração com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) decidiram desafiar a criatividade dos internos que frequentem o terceiro e quarto ano de internato em Medicina Geral e Familiar: redigir um artigo científico com o propósito de promover e incentivar a partilha de dados e de conhecimentos, numa perspetiva clínica e científica, sobre a dor neuropática nos cuidados de saúde primários.

Para consultar o regulamento e conhecer os prémios dirija-se ao site dos Laboratórios Pfizer ( www.pfizer.pt) ou da APMGF (www.apmgf.pt).

 

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[caption id="attachment_5803" align="alignleft" width="300"]viagra Sobre o caso concreto do Viagra, o Ministério da Defesa britânico esclareceu que o famoso comprimido azul é utilizado para outros fins terapêuticos, nomeadamente para o tratamento da doença da altitude (provocada pela fraca oxigenação do sangue) ou para baixa pressão arterial[/caption]

Uma quantidade significativa de comprimidos Viagra consta dos artigos e produtos, avaliados em 8,8 milhões de euros, que foram roubados de armazéns militares britânicos nos últimos sete anos, divulgou hoje o Ministério da Defesa do Reino Unido.

Segundo os dados, tornados públicos após a solicitação de um deputado conservador, foi roubada desde 2007 uma quantidade de comprimidos Viagra, o medicamento mais famoso contra a disfunção eréctil, avaliada em mais de cinco mil libras (cerca de sete mil euros).

Sobre o caso concreto do Viagra, o Ministério da Defesa britânico esclareceu que o famoso comprimido azul é utilizado para outros fins terapêuticos, nomeadamente para o tratamento da doença da altitude (provocada pela fraca oxigenação do sangue) ou para baixa pressão arterial.

A par dos comprimidos, a lista de itens roubados inclui vários tipos de munições, um camião, instrumentos para submarinos nucleares, uma estátua, talheres ou uma máquina de lavar roupa industrial, de acordo com informação publicada pelo jornal britânico 'The Times'.

Estas revelações surgem uma semana depois da condenação a 20 meses de prisão de um primeiro-sargento que tentou vender equipamento de visão nocturna no portal de leilões online 'eBay'.

“A segurança do nosso pessoal e bens continua a ser da maior importância e o ministério trabalha arduamente para detectar e impedir o roubo”, afirmou uma porta-voz do ministério britânico.

“Está em curso um processo para aumentar a consciencialização para a necessidade de existir vigilância em todos os aspectos da segurança, mas tal como os roubos ocorrem na sociedade em geral, o Ministério da Defesa não está imune e encorajamos activamente todos os indivíduos a relatar qualquer situação de danos ou de suspeita de roubo”, acrescentou a representante.

O Ministério da Defesa britânico criou no ano passado um departamento de combate à fraude e danos. Cerca de 600 mil libras (cerca de 729 mil euros) em artigos foram recuperados.

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[caption id="attachment_5803" align="alignleft" width="300"]viagra Dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a que a agência Lusa teve acesso, indicam que neste momento 45 medicamentos genéricos da substância activa Sildenafil têm AIM[/caption]

O medicamento mais famoso contra a disfunção eréctil vai ter, a partir de hoje, um genérico no mercado português, que custará pelo menos metade do fármaco com nome comercial.

Trata-se do Viagra, nome comercial da substância activa Sildenafil, medicamento à venda em Portugal desde 1998 e um dos mais “copiados” em todo o mundo.

Apesar de só a partir de hoje ser possível existirem outros medicamentos com esta substância activa no mercado, em virtude da perda de patente, existiram nestes últimos anos vários genéricos comercializados, e que foram sendo retirados do mercado graças a acções nos tribunais, interpostas pelo laboratório responsável, a Pfizer.

A aproximação da data da perda de patente levou a uma “corrida” aos pedidos de Autorização de Introdução de Mercado (AIM).

Dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a que a agência Lusa teve acesso, indicam que neste momento 45 medicamentos genéricos da substância activa Sildenafil têm AIM.

O mesmo organismo adiantou que dois titulares de AIM de medicamentos genéricos de Sildenafil notificaram o início de comercialização para Janeiro de 2014.

Fonte da Pfizer indicou que este laboratório também vai comercializar um genérico do Sildenafil.

Dados da consultora IMS Health, fornecidos à Lusa pela Pfizer, indicam que, em 2012, foram vendidas 129.052 unidades de Viagra, movimentado 3.901.268 euros.

No ano passado, entre Janeiro e Novembro, foram vendidas 127.445 unidades, num total de 3.864.217 euros.

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O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde
Editorial | Joana Torres
O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde

A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.