Portugal já efetuou mais de 3,2 milhões de testes de diagnóstico à Covid-19 e a aplicação móvel de rastreio de contactos ‘StayAway Covid’ já teve mais de 2,4 milhões de 'downloads', anunciou ontem a ministra da Saúde.
“A aplicação StayAway Covid só tem utilidade em complementaridade com outras medidas de controlo da pandemia e o seu interesse é escasso isoladamente”, afirma a Ordem dos Médicos (OM), opondo-se à obrigatoriedade de instalação da app.
O primeiro-ministro pediu ontem ao parlamento para "desagendar" a apreciação na sexta-feira do diploma que continha a obrigatoriedade do uso da aplicação "Stayaway Covid", ficando apenas a proposta "consensual" do PSD sobre a imposição do uso da máscara.
O primeiro-ministro admitiu que “houve má compreensão e seguramente má explicação” sobre a utilização obrigatória da aplicação StayAway Covid, em relação à qual há um “grande desconhecimento”, e considerou ser “mais restritivo das liberdades” a obrigatoriedade da máscara.
A Ordem dos Médicos está contra a obrigatoriedade da instalação da aplicação StayAway Covid por não existir evidência científica de que a sua utilização contribua para a diminuição da incidência de Covid-19.
A aplicação de rastreio StayawayCovid-19 foi descarregada por 177.470 'smartphones' entre quarta-feira e quinta-feira, revelou ontem o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).
A Associação D3 [Defesa dos Direitos Digitais] admite avançar com uma providência cautelar para travar a obrigatoriedade de instalar a aplicação StayAway Covid e defende que “as Apps obrigatórias não pertencem a uma Europa democrática”.
O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) disse ontem que a aplicação de rastreio ‘StayAway Covid’, que já foi descarregada por mais de um milhão de pessoas, vai ser agilizada.
Os últimos meses foram vividos por todos nós num contexto absolutamente anormal e inusitado.
Atravessamos tempos difíceis, onde a nossa resistência é colocada à prova em cada dia, realidade que é ainda mais vincada no caso dos médicos e restantes profissionais de saúde. Neste âmbito, os médicos de família merecem certamente uma palavra de especial apreço e reconhecimento, dado o papel absolutamente preponderante que têm vindo a desempenhar no combate à pandemia Covid-19: a esmagadora maioria dos doentes e casos suspeitos está connosco e é seguida por nós.