Portugal registou cinco casos de vírus Zika, transmitido por picada de mosquitos infetados e associado a complicações neurológicas e malformações em fetos, todos eles importados do Brasil, segundo fonte do instituto que realiza as análises.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que faz o diagnóstico de doença por vírus Zika, os cinco casos detetados em Portugal referem-se a cidadãos que contraíram a infeção quando estavam no Brasil, tratando-se, portanto, de casos importados.
O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados, não se transmitindo de pessoa para pessoa.
Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”.
“Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) de que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia”, acrescenta a DGS.
Foram notificados casos de doença por vírus Zika em vários países: Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.
Na passada segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o vírus Zika vai continuar a espalhar-se pelo continente americano.
Os Ácidos Gordos Trans (AGT), prejudiciais para a saúde, estão hoje menos presentes nos alimentos que os portugueses consomem, os quais apresentam, contudo, teores elevados de sal e gordura, revelou um estudo hoje apresentado.
A conclusão consta dos resultados preliminares de uma avaliação de ácidos gordos trans, gordura saturada e sal em alimentos processados, realizada por investigadores do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
O PtranSALT visou identificar as principais fontes alimentares de ácidos gordos trans, gordura saturada e sal, tendo analisado 360 amostras adquiridas em grandes superfícies e restaurantes “fast-food” da região da grande Lisboa, entre 2012 e 2015.
Na apresentação dos resultados preliminares do relatório, a bolseira de investigação do INSA Tânia Albuquerque, que participou neste projeto, revelou que se verificou, nos alimentos analisados, ”uma redução efetiva dos teores de AGT”.
Esta descida foi especialmente acentuada em alimentos como línguas de veado (biscoitos), cream crackers, croissants, donuts, bolas de Berlim sem creme ou bolachas maria.
A diminuição destes AGT, que são prejudiciais para a saúde, também foi significativa nas batatas fritas de pacote, nas batatas fritas servidas em lojas de fast food e nas batatas fritas congeladas.
Nos croquetes, rissóis de camarão e chamuças também desceu a presença de AGT.
A propósito destes indicadores, a nutricionista Helena Cid, da multinacional Unilever, que entre outros produtos comercializa margarinas e cremes de barrar, sublinhou que esta diminuição da presença de AGT nos alimentos se deveu ao esforço da indústria que esteve atenta aos malefícios dos mesmos na saúde dos consumidores.
Helena Cid lamentou, contudo, que a legislação em vigor (Regulamento nº 1169/2011, da EU, do Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de Outubro de 2011) não permita que seja possível o rótulo dos alimentos conterem informação relativa à presença de AGT.
No final da apresentação, Tânia Albuquerque sublinhou a importância desta diminuição, tendo em conta que o consumo de AGT está associado a doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e até cancro.
Ressalvando que estes são ainda resultados preliminares, a bolseira defendeu a continuidade da investigação, de modo a que os resultados da mesma possam ser fundamentados com dados de consumo.
Ao nível do sal, os resultados obtidos indicam que alguns alimentos ainda apresentam teores consideravelmente elevados.
Também algumas das amostras analisadas apresentam teores de gordura saturada elevados.
Tânia Albuquerque deu o exemplo de um croissant tipo francês, com manteiga, queijo e fiambre, o qual ultrapassa a dose de referência diária de sal recomendada.
Ao nível da gordura, este alimento apresenta mais de metade da dose de referência diária.
Ao nível dos bolos avaliados, a investigadora referiu o pastel de nata, o queque e a bola de Berlim, sendo o primeiro preferível em relação aos restantes, pois é o que tem menos gordura e o segundo com menos sal, enquanto a bola de Berlim é a que tem mais gordura e sal.
A comissão técnica do “teste do pezinho” vai decidir no final do ano se este diagnóstico vai abranger a fibrose quística que atualmente é incluída através de um estudo piloto que já identificou 10 recém-nascidos portadores da patologia.
De acordo com fonte do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), responsável por esta fase do rastreio neonatal da fibrose quística, o estudo piloto vai prosseguir até final de 2015.
“A decisão de incluir esta patologia no painel de doenças rastreadas pelo Programa Nacional de Diagnóstico Precoce será tomada no final do ano pela Comissão Técnica Nacional” do programa.
Desde 2008 que o “teste do pezinho” rastreia a nível nacional 25 patologias.
A inclusão da fibrose quística neste diagnóstico precoce começou em 2013, no estudo piloto, com a meta de 80 mil recém-nascidos.
Para a pediatra Celeste Barreto, consultora científica da Associação Nacional de Fibrose Quística (ANFQ), a inclusão desta doença no “teste do pezinho” é defendida pela comunidade científica.
Em declarações à agência Lusa, a especialista sublinhou a importância desta doença – cujo dia europeu se assinala sábado (21 de novembro) - ser diagnosticada o mais precocemente possível.
“Em Portugal temos diagnósticos tardios”, lamentou, afirmando que o estudo piloto que decorre até ao final do ano aponta para uma prevalência de um em cada 7.500 nascimentos.
A identificação precoce da doença – nomeadamente na altura do nascimento da criança – permite uma maior taxa de sobrevivência e mais qualidade de vida.
Um dos aspetos que é possível melhorar é ao nível da nutrição, através do controlo da insuficiência pancreática, de forma a evitar estados de perda ponderal ou atrasos no crescimento.
O doente pode, desde cedo, ser seguido num centro especializado, onde com muito mais facilidade são identificadas manifestações da doença.
Cerca de 30 médicos, a maioria internos de medicina geral e familiar, aderiram este ano à Rede de Médicos Sentinela, que conta já com 130 clínicos de todo o país, alguns dos quais desde a sua formação em 1989.
Coordenada pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a rede é um sistema de informação em saúde e uma rede de investigação formada por médicos especialistas e internos de medicina geral e familiar que tem como principal objetivo estimar taxas de incidência de algumas doenças ou eventos com importância para a saúde pública, contribuindo para a sua vigilância epidemiológica.
A Rede Médicos Sentinela reúne anualmente para apresentação de resultados do ano em curso e preparação do trabalho para o ano seguinte.
A gripe e o tempo frio no último inverno fizeram mais de 5.500 mortes além do que era esperado, segundo o relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe hoje divulgado e referente à época gripal 2014/2015.
“Estimou-se, no total, um excesso de 5.591 óbitos em relação ao esperado, correspondendo a uma taxa de 54 óbitos por cada 100 mil habitantes”, refere o relatório do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA), apontando que o excesso de mortalidade ocorreu sobretudo nos dos primeiros meses deste ano.
O período de excesso de mortalidade coincidiu com a epidemia da gripe e com um período de temperaturas mínimas abaixo do normal, explica o documento.
Dos mortos em excesso, 93% podem ser atribuídos a uma das duas causas, estimando-se que 76% dos casos terão ficado a dever-se à gripe e 17% à vaga de feio.
Em fevereiro, quando foram conhecidos os resultados preliminares da vigilância da gripe, a época 2014/2015 tinha sido já apontada como a que teve o maior registo de mortes além do esperado desde a época gripal 1998/1999, na qual se verificaram 8.514 óbitos.
Numa análise aos casos de gripe com necessidade de observação nos cuidados intensivos, o INSA concluiu que cerca de 80% dos doentes tinham uma doença crónica subjacente e que apenas 15% estavam vacinados contra a gripe sazonal.
A taxa de letalidade foi estimada em 23,7%, quase o dobro da registada na época anterior, verificando-se que 70% das mortes ocorreram em pessoas com mais de 64 anos.
A atual campanha da vacinação contra a gripe arrancou há menos de uma semana, com as vacinas a serem gratuitas para cidadãos com 65 e mais anos de idade.
A campanha vai decorrer durante todo o outono e inverno e a vacina é igualmente gratuita, sem necessidade de receita médica ou de pagamento de taxa moderadora, para pessoas vulneráveis residentes ou internadas em instituições.
A Direção-geral da Saúde recomenda “fortemente” a vacinação “a pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos seis meses de idade), grávidas, bem como a profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, por exemplo, em lares de idosos”.
As crianças com baixo peso estão a aumentar em Portugal, tendo a obesidade e o excesso de peso diminuído nos últimos anos, segundo um relatório sobre o estado nutricional infantil.
O Childhood Obesity Surveillance Initiative (COSI) monitoriza a obesidade infantil em vários países europeus, sendo coordenado e conduzido cientificamente pelo Instituto nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em articulação com a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Para esta terceira fase do COSI Portugal (2012/2013), foram avaliadas 5.935 crianças com seis (30%), sete (44,6%) e oito (25,4%) anos de idade, de 196 escolas do primeiro ciclo do ensino básico.
O grupo etário alvo é considerado chave, pois “precede a puberdade e é fundamental para prever a obesidade na idade adulta”.
De acordo com o relatório do período 2012/2013, a que a agência Lusa teve acesso, a prevalência de baixo peso foi de 2,7% em 2013. Em 2010, esse valor era de 0,8% e de um por cento em 2008.
A prevalência de baixo peso foi maior na região dos Açores (13%).
Ana Isabel Rito, do Departamento de Alimentação e Nutrição do INSA e uma das autoras do relatório, disse à Lusa que “estes resultados não podem ser vistos de forma isolada”.
“Preocupa-nos os dois lados desta mesma moeda: uma criança com má nutrição é uma criança que pode apresentar excesso de peso e obesidade ou baixo peso para a idade”, afirmou.
Para esta nutricionista, “os condicionantes que levam à apresentação desta doença são explicados pelo mesmo fenómeno, a situação socioeconómica das famílias e muitos outros fatores que contribuem para estes resultados”.
O COSI Portugal 2013 dá conta de uma diminuição da prevalência de excesso de peso e da obesidade.
Segundo os dados agora conhecidos, em 2013 a prevalência do excesso de peso, incluindo obesidade, foi de 31,6% (35,7% em 2010 e 37,9% em 2008) e a obesidade atingia os 13,9% (14,7% em 2010 e 15,8% em 2008).
Apesar desta “evolução positiva”, os autores lembram que Portugal continua a ser um dos países com maior prevalência de excesso de peso e obesidade infantil.
O excesso de peso foi mais significativo nas crianças com oito anos, comparando com as de seis e sete anos.
Aos sete anos, as raparigas mostraram quase sempre maior prevalência de baixo peso, excesso de peso e obesidade, em comparação com os rapazes.
A maior prevalência de excesso de peso registou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo (26,2%), enquanto o Centro foi a região com maior prevalência de obesidade (9,1%).
“Preocupa-me o facto de termos uma em cada três crianças com excesso de peso e quase três por cento com baixo peso para a idade”, disse, acrescentando que, “muito provavelmente, estarão relacionadas com as questões socioeconómicas que as famílias têm vindo a passar nos últimos anos”.
“Ainda há muito a fazer, principalmente do apoio a estas famílias no sentido delas conhecerem os alimentos mais interessantes – que não são necessariamente os mais caros – para a saúde dos seus filhos. E este é o passo que temos de dar a seguir”, defendeu.
Segundo Ana Isabel Rito, as preocupações sentem-se “quer de um lado, quer do outro”. “Ainda temos prevalências elevadas ao nível da obesidade e do excesso de peso, e também com o baixo peso”, frisou.
“Provavelmente devemos incluir estas crianças [com baixo peso para a idade] nestas abordagens, para que se possa melhorar o estado nutricional das mesmas”, disse.
Uma equipa de investigadores portugueses descobriu uma forma de “melhorar até sete vezes a eficácia de um medicamento” que será utilizado brevemente no tratamento da fibrose quística, anunciou hoje o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
A descoberta foi feita por uma equipa de investigadores do INSA e do BioISI da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, liderada pelo investigador Paulo Matos, do Departamento de Genética do Instituto Ricardo Jorge.
O INSA adianta, em comunicado, que a descoberta foi feita quando os investigadores estudavam o mecanismo molecular do gene responsável pela fibrose quística, o gene CFTR, que “codifica uma proteína transmembranar que regula a hidratação e a viscosidade do muco nas vias respiratórias”.
“Embora a proteína CFTR com a mutação mais frequente (presente em mais de 80% dos doentes) ainda retenha alguma função, as células dos doentes reconhecem-na como defeituosa e degradam-na”, explica Paulo Matos no comunicado.
O investigador adianta que o fármaco “VX-809” (ou Lumacaftor), que está prestes a ser comercializado para o tratamento desta doença genética rara, “resgata parcialmente a CFTR mutante da degradação, mas não o suficiente para conseguir uma recuperação notória da função respiratória na maioria dos doentes”.
“Ao estudarmos o mecanismo molecular que mantém a proteína CFTR na superfície das células, descobrimos uma maneira de melhorar até sete vezes o resgate funcional do canal CFTR mutante, mediado pelo medicamento lumacafator, aumentando assim a eficácia deste fármaco”, afirma o investigador.
Paulo Matos acrescenta que, “como esta melhoria está relacionada com um processo molecular específico”, o próximo passo da investigação passa por encontrar “métodos de actuar selectivamente neste processo que possam ser usados, em combinação com o VX-809, para melhorar a eficácia do tratamento”.
O trabalho coordenado pelo investigador do Instituto Ricardo Jorge acaba de ser publicado na revista internacional Sience Signaling.
A fibrose quística é uma doença genética rara, de evolução progressiva, que se caracteriza pela disfunção das glândulas exócrinas. Devido a uma anomalia no funcionamento das trocas de água e sal, são produzidas secreções mais espessas do que o normal, provocando obstruções a vários níveis do organismo.
O INSA refere que, apesar dos avanços nos tratamentos dos sintomas e infeções, ainda não existe cura para esta doença e a maioria dos seus portadores acaba por morrer ainda jovem, entre os 20 e 40 anos, geralmente por insuficiência respiratória.
A fibrose quística tem uma incidência na população de origem europeia de um em cada 2.000 a 4000 nascimentos por ano. Em Portugal calcula-se que nasçam por ano cerca de 30 a 40 crianças com esta doença.
Aysha tem 10 anos e queimaduras graves no tronco e pernas que a deixaram em risco de vida.
É uma criança guineense que concentra as atenções fora de horas da equipa portuguesa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e do Instituto Nacional de Saúde (INSA) Dr. Ricardo Jorge que está em missão na Guiné-Bissau.
“Ela tem bastantes dores que estamos a tentar aliviar e o penso tem evoluído bastante bem”, descreve Sílvia Almeida, técnica de emergência do INEM enquanto ajuda a tratar da queimadura numa das enfermarias do Hospital Simão Mendes.
Ela e os restantes elementos viajaram para Bissau para ajudar a manter a Guiné-Bissau sem Ébola e para dar formação na área da emergência médica.
Mas a falta de condições para tratar doentes naquele que é o principal hospital público do país leva-os a fazer mais.
“Decidimos dar este apoio fora das horas de serviço”, uma ajuda que também inclui alimentação para Aysha, que a mãe não tem dinheiro para comprar, conta Vítor Almeida, chefe de missão do INEM.
“De certa forma assumimos esta criança”, sendo que outros elementos da missão já ajudaram outros doentes.
Numa sala ao lado, Mónica Alves, enfermeira do INEM, treina colegas guineenses para situações de emergência e mostra como se colocam os sensores num paciente para fazer um electrocardiograma.
“Eu vi como elas trabalhavam e disse ao meu chefe: estamos no zero, queremos aprender com estes portugueses”, explica Rosalete Silva, enfermeira no Hospital Simão Mendes.
A formação é bem acolhida e é “essencial”, reconhece António Sá, administrador da unidade de saúde.
“Aqui acontecem coisas impensáveis. Há pessoas que morrem [nas urgências] por falta de ventilação ou oxigénio”, exemplifica.
O cenário é desolador: na principal sala de urgência o carro de medicamentos e equipamento de enfermagem “está vazio”, mostra Vitor Almeida, enquanto abre as gavetas.
Em redor, há doentes em macas “que estão a morrer” e que “até agora ninguém monitorizava”, acrescenta.
A equipa portuguesa já equipou um carro de urgência e activou alguns equipamentos que até agora estavam fechados em armazém.
Esta actividade de apoio e formação decorre no pavilhão das urgências, logo à entrada do hospital, mas o coração da missão está no outro extremo do recinto hospitalar.
Até lá chegar, saltam à vista os montes de lixo acumulado, onde grandes aves pousam – um cenário com o qual os utentes parecem já estar habituados a conviver, mas que os técnicos de saúde apontam como um dos problemas graves do hospital.
Isolado desta realidade, está o laboratório oferecido por Portugal à Guiné-Bissau, instalado num edifício adaptado para funcionar como Centro de Diagnóstico e Tratamento de Ébola, onde trabalham também os Médicos sem Fronteiras.
A missão portuguesa veio dar ao território guineense a capacidade para analisar amostras suspeitas de Ébola em cinco horas.
Até agora, era preciso recorrer ao envio para o estrangeiro, sem prazo definido para ter os resultados.
“Não quer dizer que não se possa usar o equipamento para fazer diagnóstico de outras doenças”, explica Rita Sousa, investigadora do INSA.
Todo o equipamento está uma zona de contenção, demarcada e refrigerada, onde só entram os profissionais da missão devidamente equipados e com uma prioridade: inactivar numa câmara estanque qualquer amostra que chegue para análise.
Só assim se garante que não representa perigo para quem a vai manusear e analisar numa máquina específica, controlada por um computador e que exibe os resultados “através de gráficos”, aponta Susana Martins, técnica de análises clínicas do INSA.
Mesmo sem Ébola, a equipa treina os procedimentos.
“As pessoas não podem pensar que em Portugal estamos seguros e que não vai haver novas doenças. As grandes ameaças para a humanidade serão os riscos biológicos”, realça Vítor Almeida, que considera a missão na Guiné-Bissau como “um investimento” nas equipas de emergência portuguesas.
A missão do INEM e INSA vai continuar com elementos em rotação, uns a chegar à Guiné-Bissau, outros a regressar a Portugal, com mais experiência e muitas memórias marcantes.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.