Mais de uma dezena de trabalhos de investigação desenvolvidos por jovens em áreas como cancro, qualidade do ar ou vacinação antigripal vão ser apresentados esta segunda-feira, no âmbito do Dia do Jovem Investigador do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA). A efeméride tem como objetivo proporcionar a todos os interessados o contacto direto com a produção científica e tecnológica dos investigadores do INSA, com menos de 35 anos.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou o desejo de que os portugueses possam ter "uma melhor saúde no futuro", declarações que surgiram durante a inauguração de uma exposição que assinala o arranque do futuro espaço-sede do Museu da Saúde.
Cerca de 3,5 milhões de mulheres (65,5%) e 4,3 milhões de homens (85,9%) em Portugal apresentam uma ingestão de sódio acima do nível tolerado, segundo indica o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física (IAN-AF), apresentado hoje no Porto.
O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), através da Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética do seu Departamento de Genética Humana, desenvolveu um novo método de diagnóstico bioquímico e molecular para a doença de Niemann-Pick tipo C (NPC).
O período de epidemia de gripe em Portugal terminou, diz o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, segundo o qual a atividade gripal é agora “esporádica”.
O presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues, passou a integrar a Comissão Coordenadora responsável do Registo Nacional de Estudos Clínicos (RNEC). Segundo o despacho do Ministro da Saúde, publicado no dia 1 de agosto em Diário da República, a Comissão Coordenadora RNEC é composta agora pelo atual responsável do Infarmed, na sequência da cessação do mandato do anterior representante do organismo.
A comissão integra ainda o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, Fernando de Almeida, e o responsável pela Comissão de Ética para a Investigação Clínica, Alexandre Quintanilha.
O RNEC é uma plataforma eletrónica que visa o registo e a divulgação dos estudos clínicos. Tem como objetivo facilitar e incentivar o desenvolvimento de investigação de qualidade. A divulgação de dados e resultados da investigação desenvolvida é outros dos objetivos desta plataforma, seja para profissionais, investigadores ou público em geral.
As pessoas que têm uma variante no gene da proteína IFITM3 correm maior risco de ser hospitalizadas por infeções respiratórias, segundo um estudo do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge (INSA).
Este gene tem um papel determinante na proteção do organismo contra a infeção pelo vírus da gripe e a sua alteração pode tornar as pessoas mais suscetíveis a contrair a doença de forma severa, uma vez que esta variante influencia a entrada e réplica do vírus da gripe nas células humanas.
O estudo, publicado na revista PLOS One, investigou a relação existente entre a hospitalização e uma variante do gene IFITM3, tentando perceber porque é que alguns pacientes com síndrome gripal durante a pandemia de 2009, apresentavam apenas sintomas ligeiros, enquanto outros desenvolviam complicações graves.
De acordo com o INSA, “ao contrário do tipicamente observado nas epidemias de gripe sazonal, durante a pandemia de 2009 muitos dos casos graves de influenza A ocorreram em pessoas jovens e saudáveis, com a maioria dos óbitos registados em menores de 65 anos”.
Em declarações à agência Lusa, a investigadora do INSA, Marta Barreto, explicou que o objetivo do estudo foi “determinar se esta variante no gene IFITM3 estava envolvida na suscetibilidade e na severidade da infeção com gripe”, acrescentando que “esta proteína é muito importante na entrada e replicação do vírus dentro das células. Portanto, se o vírus tem mais facilidade em entrar, é natural que a infeção seja mais grave”.
Os investigadores mediram a gravidade da infeção através da hospitalização, tendo em consideração os casos mais graves, utilizando as amostras dos pacientes com síndrome gripal que foram recebidas no Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.
Na análise de resultados, concluiu-se que “as pessoas com esta variante no gene têm maior probabilidade de serem hospitalizados em estado grave. Contudo, esta variante não está diretamente associada ao risco de infeção por influenza, ou seja, nós acreditamos ela confira maior suscetibilidade à gravidade da infeção também por outros vírus respiratórios que, neste caso e neste ano em particular, não foram analisados”.
O estudo demonstra também que o "perfil genético dos pacientes pode revelar-se uma estratégia promissora com vista a identificar potenciais alvos terapêuticos, ajudando a avaliar e prever a gravidade da doença e a fornecer informações críticas para a tomada de decisões durante o tratamento, evitando sofrimento e custos desnecessários”.
Marta Barreto acrescentou ainda que já foi pedido financiamento para alargar este estudo, no sentido de analisar outras variantes genéticas. O objetivo é realizar um estudo a nível do genoma total para verificar as variantes que estão envolvidas “nesta severidade e também para estudar a componente genética de resposta à vacina da gripe”.
Através de um comunicado do Conselho de Ministros, o Governo da Guiné-Bissau confirmou três casos de pessoas infetadas na ilha de Bubaque, através de amostras enviadas para análise em Dakar (Instituto Pasteur) e em Lisboa (Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge – INSA).
Plácido Cardoso lembrou que o Ministério da Saúde Pública guineense mantém "uma estreita colaboração" com o INSA desde o surgimento do vírus Ébola em alguns países da África Ocidental. Para tal, o INSA investiu em ações de formação a técnicos guineenses e num laboratório em Bissau para rastreio da doença que, entretanto, não chegou a afetar o país.
Plácido Cardoso afirmou que se está a tentar apurar a origem e tipo de vírus mediante análise laboratorial em Dakar, uma vez que os casos infetados alegam não ter tido contacto com indivíduos provenientes de Cabo Verde ou do Brasil, os países mais próximos da Guiné-Bissau, onde se tem registado a doença. O responsável acrescenta que o Ministério da Saúde Pública guineense "vai montar armadilhas" nos portos, aeroportos e nas ilhas Bijagós, para capturar mosquitos e analisar o perfil entomológico do vírus que chegou ao país.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estão a decorrer vários trabalhos de investigação para desenvolver tratamentos e vacinas através do reforço da vigilância, de formação de capacidades em laboratórios, de colaboração com outros países e monitorização das pessoas infetadas, mas a melhor forma de prevenção é a proteção contra a picada do mosquito.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.