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A avaliação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) a doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) telemonitorizados mostrou uma redução de 50% de internamentos e de 30% de idas às urgências comparativamente a doentes não telemonitorizados.

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Observatorio Nacional Doencas Respiratorias
O Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR) divulga hoje, 4 de Abril, na sede da Fundação Portuguesa do Pulmão, o Relatório de 2016 referente aos dados da situação atual e evolução das últimas décadas relacionado com as doenças respiratórias.

Na 11.ª edição do Relatório destacam-se as debilidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) face ao diagnóstico e internamentos na área respiratória, nomeadamente no que concerne às Pneumonias e Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).

Artur Teles de Araújo, presidente do ONDR e da Fundação Portuguesa do Pulmão indica que “existem acentuadas assimetrias regionais cujas causas têm de se caraterizar, de forma a podermos melhorar a qualidade e o acesso à saúde respiratória dos portugueses.

É na Região de Lisboa e Vale do Tejo que se verificam as maiores taxas percentuais de internamentos por Pneumonia, seguidas das regiões Norte e Centro. Existe uma clara lacuna de acesso a estes cuidados nas outras regiões, como é o caso do Algarve e das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Relativamente aos motivos e fatores que condicionam a acessibilidade dos doentes respiratórios a estes cuidados foram referenciados fatores como a distância aos hospitais, o número de dias de internamento e a existência de patologias responsáveis pela gravidade das situações clínicas, e necessidade de monitorização dos doentes.”

O Relatório ONDR 2016 indica ainda que num período de 10 anos, considerando dados entre 2005 e 2014, houve um aumento de 12% da mortalidade global por doenças respiratórias, sendo as doenças mais impactantes para a população a nível da mortalidade os tumores malignos respiratórios, que registaram um aumento de 21% e as pneumonias, que aumentaram em 28%.

“As despesas com a saúde em percentagem do PIB representam 9,5%, ligeiramente acima da média da OCDE. Cerca de 65% desta despesa com a saúde é feita pelo Estado Português, bastante inferior ao que é registado lá fora (72%). Entre 2000 e 2012 a percentagem do PIB decresceu ligeiramente (0,2%) o que trará constrangimentos na prestação de cuidados de saúde. Alguns já temos vindo a sentir, nomeadamente no menor número de enfermeiros e número de camas hospitalares comparativamente com outros países da OCDE. Também existe uma falta de desenvolvimento positiva dos cuidados continuados e paliativos relacionados com esta falta de investimento na saúde” conclui Teles de Araújo.

O relatório mostra que os números das despesas com a saúde aliados à pobreza são um aliado das doenças respiratórias e das doenças, no geral. Em 2014 a percentagem da população em risco de pobreza, antes de pensões e transferências sociais, atingiu os 48%, o que representou um aumento de 29% em relação a 1995.

Em 2014 foram internados por doenças do foro respiratório (Asma, DPOC, Pneumonia, Fibroses, Tumores, Bronquiectasias, Patologia Pleural, Tuberculose e Gripe) 69.384 doentes (12,1% do total de internamentos da área médica). Este número representa um aumento de 2,4% num período de 10 anos (2005 – 2014).

Nem todas as doenças mostraram uma evolução negativa. Foi registada clara melhoria na área dos internamentos por DPOC, que caíram mais de 30% nos últimos 10 anos e, por isso, acrescentaram uma evolução positiva na saúde respiratória que deverá estar associada à melhoria da resposta ao SNS a estes doentes, capazes de controlar a doença maioritariamente em ambulatório.

O Relatório ONDR 2015 acrescenta e propõe ainda várias medidas à promoção da saúde e prevenção nas doenças respiratórias, alertando para a importância da aposta na educação para a saúde como a criação de Redes Nacionais de Espirometria, de Cuidados Respiratórios e de Reabilitação Respiratória, acabando assim com lacunas existentes em todas as fases da doença, desde o diagnóstico, ao acompanhamento e tratamento. Uma outra proposta apresentada é a criação da Via Verde das Pneumonias nos hospitais que acreditam que ajudará no problema das pneumonias, a doença que maior impacto tem a nível dos internamentos hospitalares (40% dos internamento hospitalares associados às doenças respiratórias). Também a manutenção ou criação, em todos os serviços hospitalares de Pneumologia de Consultas de Doenças do Interstício Pulmonar, doenças que têm tido uma prevalência crescente na população portuguesa, são uma recomendação do ONDR bem como a continuidade na aposta em programas de reabilitação respiratória.

O Relatório continua a desmistificar a ideia de que existem médicos em excesso em Portugal e reforça a carência do número de pneumologistas a prestarem serviço nos Hospitais Públicos em Portugal.

O Relatório do ONDR conta, este ano, com a colaboração de 21 especialistas de renome da área da pneumologia e do sector da saúde em Portugal.

O relatório está disponível no seguinte link https://we.tl/szelkikpJ9

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dpoc

O Governo pretende que todos os agrupamentos dos centros de saúde realizem espirometrias, exame de diagnóstico essencial para a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) que ainda é incipiente em Portugal.

Na sessão de apresentação do relatório sobre Doenças Respiratórias relativo a 2015, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse que durante este primeiro semestre do ano ainda vão ser avaliadas as experiências das administrações regionais de saúde quanto às espirometrias.

A espirometria é um exame não invasivo e indolor que permite avaliar a função dos pulmões e a quantidade de ar que entra e sai.

O relatório da Direção-geral da Saúde refere como evidente a “muito baixa” taxa de utilização de espirometrias para o diagnóstico da DPOC.

O número de pessoas inscritas para realizar o diagnóstico teve um aumento de 280% entre 2011 e 2014, mas “o valor absoluto é ainda extremamente baixo”.

Estima-se que o número de doentes com DPOC em Portugal ronde os 700 mil, mas só cerca de 100 mil estarão diagnosticados.

Cristina Bárbara, responsável do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, frisa que a espirometria é um exame simples - embora tenha de ser executado por um técnico habilitado – e de baixo custo, estimando-se que cada espirometria custe seis euros. Já o custo total de um diagnóstico de DPOC rondará os 20 euros (já incluindo custos com recursos humanos, consumíveis e equipamentos).

Para o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, a generalização das espirometrias deve ser feita nos cuidados de saúde primários, embora em Portugal subsistam por enquanto três modelos: centrado nos centros de saúde, hospitalar ou convencionado.

Também Cristina Bárbara defende que a modalidade ideal é o doente realizar o exame no centro de saúde, aumentando a sua adesão e acessibilidade.

“Fazer no convencionado, por exemplo, é um fator limitativo de acessibilidade do doente ao exame. O que se defende portanto é que as espirometrias estejam in loco no centro de saúde”, justificou a responsável.

O Algarve apresenta os mais baixos níveis de recurso à espirometria para diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crónica, com as autoridades a considerarem preocupante a fraca capacidade de diagnóstico destas doenças respiratórias nas regiões algarvia e alentejana.

A fraca realização de espirometrias aponta para uma “enorme probabilidade” de internamentos evitáveis associados à DPOC, explica a Direção-geral da Saúde (DGS).

Em 2014, a percentagem de doentes com diagnóstico de DPOC confirmada por espirometria nos centros de saúde foi de 6,2% no Alentejo e de 3,5% no Algarve, bem abaixo dos 9,3% de média de Portugal Continental.

Além de se situarem abaixo da média, o Alentejo e o Algarve tiveram redução de percentagens de diagnósticos por espirometria entre 2012 e 2014. Já nas regiões Norte, Centro e de Lisboa e Vale do Tejo tem havido um aumento, apesar de “muito discreto”.

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pneumonia

Portugal é o segundo país da Europa com a mais elevada taxa de mortalidade padronizada por pneumonia, colocando o país “mal na fotografia”, como reconheceu a diretora do Programa Nacional das Doenças Respiratórias.

De um conjunto de 23 países europeus da OCDE, Portugal apenas é ultrapassado pela Eslováquia, que surge como o Estado com maior taxa de mortalidade por pneumonia.

No relatório da Direção-geral da Saúde hoje apresentado em Lisboa, as pneumonias surgem como a principal causa de mortalidade respiratória.

Apesar disto, abaixo dos 65 anos há evidência de uma redução da taxa padronizada de mortalidade de 23,5% de 2009 para 2013.

No seu conjunto, as doenças respiratórias são a quinta principal causa de internamento e a primeira causa de mortalidade intra-hospitalar.

Quanto aos internamentos, a pneumonia foi responsável por 40 mil episódios e 74% dos casos são de pessoas com mais de 65 anos.

Por comparação, a doença pulmonar obstrutiva crónica leva a cerca de nove mil internamentos num ano.

Para reduzir as taxas de mortalidade e internamentos por pneumonia, os responsáveis do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias pretendem aumentar os níveis de vacinação contra a gripe, sobretudo nas pessoas com mais de 65 anos.

Apesar disso, a taxa de vacinação tem tido aumentos constantes, situando-se em 2015 já nos 65% nos idosos.

Também o aumento da cobertura da vacina pneumocócica – que é esperada com a inclusão no Plano Nacional de Vacinação – deverá ter impactos na redução da mortalidade por pneumonia.

Quanto aos encargos com medicamentos, as doenças respiratórias – excluindo o cancro do pulmão – levaram a gastos de 213 milhões de euros em 2014, o que dá uma média superior a 580 mil euros por dia.

O relatório da DGS deteve-se ainda numa análise comparativa por regiões, concluindo que as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores apresentam “valores muito elevados” de mortalidade.

“A Região Autónoma da Madeira destaca-se pela negativa, com taxas muito elevadas de mortalidade. Também a Região Autónoma dos Açores se destacou em 2013, por ter sido a única região nacional onde se registou um aumento da taxa de mortalidade padronizada”, indica o documento.

A coordenadora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias admite que não são completamente conhecidas as razões para estes valores mais elevados.

Contudo, Cristina Bárbara lembra que no universo populacional dos Açores e da Madeira um acréscimo ligeiro de óbitos aumenta logo de forma significativa as taxas de mortalidade.

Além disso, os Açores têm elevados níveis de tabagismo e de cancro do pulmão, logo é de crer que também tenham maior prevalência de problemas respiratórios.

Também presente na sessão de apresentação do relatório, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, aconselha a que esta discrepância regional seja investigada para se apurarem as causas.

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segunda-feira, 07 dezembro 2015 17:45

Médicos querem aumentar diagnóstico da DPOC na região

dpoc
“Figueira Respira” é o nome do projeto inovador que tem como grande objetivo travar o avanço da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) na Figueira da Foz.

“Existem atualmente cerca de 4900 doentes identificados com DPOC na região da Figueira da Foz, mas estima-se, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, que existam ainda cerca de 4000 doentes por diagnosticar” explica Lígia Fernandes, pneumologista do Hospital Distrital da Figueira da Foz.

“Com este projeto queremos melhorar a articulação de cuidados de saúde para uma identificação precoce e monitorização adequada da DPOC, aspetos estes determinantes na evolução da doença. Pretendemos identificar mais cedo factores de risco e/ou sinais e sintomas da doença, e aumentar a capacidade de resposta às espirometrias com o consequente aumento de diagnósticos de DPOC na nossa região. Vamos também apostar na formação dos profissionais de saúde e, muito importante, na sensibilização da população”, refere a pneumologista.

“Pretendemos continuar a promover campanhas de sensibilização junto dos utentes e comunidade para alertar para os riscos do tabagismo e complicações da DPOC. Queremos também diminuir o número de fumadores na região, com o recurso à consulta de cessação tabágica e estamos ainda a desenvolver um programa de melhoria de qualidade de vida e de alteração de comportamentos, dirigido aos doentes já identificados”, afirma Maria Pacheu, médica de família na USF S.Julião.

Esta iniciativa conta com o apoio da Administração Regional de Saúde do Centro, Hospital Distrital da Figueira da Foz, Agrupamento de Centros de Saúde Baixo Mondego e Unidades de Saúde Familiares São Julião e Buarcos e Câmara Municipal da Figueira da Foz.

O projeto “Figueira Respira” integra-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa. Ao longo do programa os participantes tiveram a acesso a um plano curricular desenvolvido pela Universidade e que lhes garantiu as bases teóricas e o acompanhamento necessário ao desenvolvimento do projeto.

Este ano sob o tema “Caminhos para a Humanização”, o programa “Boas Práticas de Governação” teve como objetivo principal a implementação de projetos inovadores que fomentem uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.

 

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dpoc
No âmbito do programa “Boas Práticas de Governação Clínica”, promovido pela Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa, foi desenvolvido o projeto “Figueira Respira” que tem como objetivo alterar o panorama da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) na Figueira da Foz.

A assinatura do protocolo de colaboração entre as entidades envolvidas nesta iniciativa está agendada para dia 22 de julho, no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. A cerimónia contará com a presença de João Ataíde, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, José Tereso, presidente do Conselho de Administração da ARS Centro, Pedro Beja Afonso, presidente do Conselho de Administração do Hospital Distrital da Figueira da Foz e Cristina Campos, presidente do grupo Novartis em Portugal.

De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Estatística, cerca de 80 por cento dos doentes com DPOC na Figueira da Foz não estão diagnosticados.

Neste sendido, a Administração Regional de Saúde do Centro, o Hospital Distrital da Figueira da Foz, o Município da Figueira da Foz e a Novartis, pretendem implementar um conjunto de iniciativas articuladas de forma a evitar a progressão da DPOC, sensibilizar a comunidade para a doença, promover a alteração de estilos de vida saudável, aumentar o diagnóstico e melhorar o tratamento dos doentes com DPOC.

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conceitos_doençasrespiratorias

Portugal é o segundo país da União Europeia onde as doenças do aparelho respiratório mais matam, a seguir ao Reino Unido, e o que tem a mais alta taxa de mortalidade por pneumonia, revela um relatório que será hoje apresentado.

De acordo com o documento "Portugal – Doenças Respiratórias em Números 2014", do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, da Direcção-geral da Saúde, em 2012, estas patologias foram responsáveis por 102,1 mortes por cada 100 mil habitantes.

Apenas o Reino Unido se posiciona à frente de Portugal neste ranking, com 104,9 mortos por 100 mil habitantes.

Em 2013, dados ainda provisórios indicam que estas doenças causaram 12.605 mortos, o que representou 11,83 por cento de todas as causas de morte.

No ano anterior (2012), as doenças respiratórias tinham provocado 13.893 óbitos.

Em Portugal, as mortes causadas por estas doenças têm vindo a crescer nos últimos anos: 98,2 óbitos por 100 mil habitantes em 2008 para 102,1 mortes por cada 100 mil habitantes em 2012.

As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores apresentaram, em 2012, os valores mais elevados e a região de Lisboa os mais baixos.

“A Região Autónoma da Madeira é a que apresenta taxas mais elevadas, tendo a mortalidade por doenças respiratórias correspondido a 18,5% da totalidade dos óbitos, contrastando com a percentagem nacional de 12,9%”, lê-se no documento.

Nas mortes causadas por pneumonia, Portugal está à frente dos países da União Europeia (UE), com 49,9 óbitos por 100 mil habitantes em 2012 (44 em 2008).

Os autores do documento reconhecem que “Portugal encontra-se numa situação desfavorável quanto à mortalidade por doenças respiratórias, quando comparado com outros países da UE. A explicação avançada pelos autores é a “elevada mortalidade por pneumonia em Portugal (49,9 mortos por 100 mil habitantes), a mais elevada no conjunto dos países europeus analisados”.

“A mortalidade por doença respiratória, e por pneumonia em particular, tem a particularidade de afectar as faixas etárias a partir dos 65 anos”, lê-se na síntese do relatório.

Entre 2009 e 2012 observou-se “um aumento da mortalidade na população com 65 e mais anos e um decréscimo da mortalidade abaixo dos 65 anos”.

“A mortalidade por doença respiratória não corresponde, portanto, a mortalidade prematura, dado que se constatam ganhos em saúde evidenciados por uma diminuição dos anos potenciais de vida perdidos e respectiva taxa por 100 mil habitantes”, explicam os autores.

O documento refere que “a ocorrência de doença respiratória está relacionada com a faixa etária, mas também com as condições atmosféricas e com a virulência do vírus da gripe (razões pelas quais a doença apresenta um padrão sazonal)”.

Em 2012, aliás, registou-se “um aumento dos óbitos e internamentos hospitalares atribuíveis à epidemia e virulência do vírus influenza A(H3), associada a uma baixa cobertura vacinal”.

Os autores do relatório, que será hoje apresentado em Lisboa, referem que, “devido ao aumento da esperança média de vida e aos efeitos do tabagismo a nível respiratório, Portugal tem vindo a confrontar-se nos últimos anos com um incremento de doenças respiratórias crónicas, que impõem uma elevada carga no sistema de saúde, quer no que diz respeito a mortalidade, quer no que se refere à morbilidade”.

As doenças respiratórias, excluindo o cancro do pulmão, são a terceira principal causa de morte em Portugal e no mundo e a primeira causa de letalidade intra-hospitalar nacional.

Estas patologias são ainda a terceira mais importante causa de custos directos relacionados com os internamentos hospitalares, a seguir aos das doenças cardiovasculares e do sistema nervoso.

No ano passado, os internamentos por doença respiratória corresponderam a 11% da totalidade dos doentes internados.

O documento aponta para uma diminuição do número de utentes saídos de internamento por doenças respiratórias: 117.110 em 2012 e 110.028 em 2013 (menos seis por cento).

No ano passado, da globalidade dos internamentos de causa respiratória (com exclusão das neoplasias respiratórias e dos internamentos por síndrome de apneia do sono), 65,3% corresponderam a internamentos por pneumonias (bacterianas ou virais), 13,5% por Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), 5,7% por fibrose pulmonar e 4,3% por asma brônquica.

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O projecto "Figueira Respira" pretende travar o subdiagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica, que abrange quase cinco mil pessoas na Figueira da Foz, afirmou uma responsável do projecto.

"É um projecto de articulação entre cuidados de saúde primários e cuidados de saúde hospitalares, no âmbito da doença pulmonar obstrutiva crónica", da qual se observa, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, uma taxa de cerca de 80% de subdiagnóstico, explicou Lígia Fernandes, pneumologista no Hospital da Figueira da Foz.

O projecto arranca com a ligação entre o Hospital da Figueira da Foz e os centros de saúde familiar São Julião e Buarcos, pretendendo no início intensificar o diagnóstico a fumadores e ex-fumadores, onde a prevalência da doença é "maior", disse Lígia Fernandes.

"Figueira Respira" irá centrar-se na formação de profissionais de saúde para o diagnóstico da doença, na sensibilização da população para os factores de risco, em que "há um grande desconhecimento", e na informação partilhada sobre os doentes entre centros de saúde e hospital, aclarou.

Segundo a pneumologista, quando o diagnóstico é tardio, esta doença leva a uma "muito maior limitação", "tratamento mais difícil", "redução da sobrevida [tempo de vida em estado terminal]" e possibilidade de "dependência de oxigénio".

"Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais facilmente travamos e desaceleramos a progressão da doença", sublinhou.

O maior factor de risco "é o tabagismo", por esta ser uma doença de carácter progressivo, em que a dificuldade em expirar surge como consequência de "exposição a agentes tóxicos que vão lesar os brônquios" dos pulmões, referiu Lígia Fernandes.

O projecto "Figueira Respira" está integrado no programa "Boas Práticas de Governação", da Universidade Nova de Lisboa e da farmacêutica Novartis, e é apoiado pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

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O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde
Editorial | Joana Torres
O (Des)alento da Medicina Geral e Familiar no Serviço Nacional de Saúde

A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.