A “elevada efetividade” das vacinas desenvolvidas a partir da inoculação do mRNA – assim acontece com a Pfizer e a Moderna –, verificada na faixa etária superior aos 65 anos, é nota em destaque num estudo da investigadora Ausenda Machado, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).
“Não se verificou um decaimento da efetividade ao longo do tempo”, relevou Ausenda Machado, citada pela agência Lusa, sublinhando a diminuição de 85% no número de internamentos na população com idade superior a 80 anos. Ainda assim, admitiu que, face ao atual aumento da incidência, “é normal que o número de casos também aumente na população vacinada”.
A efetividade das vacinas mRNA, apontada no referido estudo, envolvendo as pessoas entre os 65 e os 79 anos e com apenas uma dose tomada é de 37%, registo que passa a 35% na população acima dos 80 anos. Considerando as duas doses de vacina e findos os 14 dias subsequentes à segunda toma, a efetividade ascende aos 78% na faixa etária 65-79 anos e aos 68% nas pessoas com idade superior a 80 anos.
O trabalho de monitorização das vacinas ao longo do tempo situou em 89% a respetiva efetividade no universo 65-79 anos “contra infeção sintomática nos 14 a 27 dias após a segunda dose e permanece de forma consistente em torno dos 80% até, pelo menos, 42 dias”.
No que reporta aos maiores de 80 anos, “a efetividade nos 14 a 27 dias depois da segunda dose é de 70%, mantendo-se nessa ordem até, pelo menos, 42 dias após o esquema vacinal completo”.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.