Segundo o relatório sobre o setor da saúde da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado hoje, Portugal é o quinto país da OCDE com maior consumo de antidepressivos.
A tendência é generalizada. De acordo com o documento, no conjunto dos 30 países analisados, o número de consumo de antidepressivos duplicou entre 2000 e 2017, atingindo uma média de 63 doses diárias por mil pessoas.
Em Portugal, o aumento foi maior, mais do que triplicando: em 2000, o consumo era pouco mais de 30 doses diárias por mil pessoas, enquanto em 2017 atingia as 104. Com maiores consumos surgem apenas a Islândia, o Canadá, a Austrália e o Reino Unido. O país com o menor valor é a Letónia.
O indicador “dose diária” representa a média indicada por dia para um medicamento utilizado por adultos na sua principal terapêutica.
O relatório, “Health at a Glance 2019”, refere que este incremento pode ser explicado pelas melhorias no reconhecimento e diagnóstico da depressão, pela disponibilidade de terapias e pela evolução de guias de orientação clínica.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.