Mais anos a estudar podem contribuir para o aumento da miopia, concluiu um estudo realizado na Grã-Bretanha, publicado na revista científica British Medical Journal.
Os investigadores analisaram o ADN de cerca de 68 mil pessoas com o objetivo de perceber qual era a predisposição genética para a miopia dos indivíduos. Posteriormente, adicionaram à investigação a variável do número de anos dedicados ao estudo.
As conclusões do estudo mostraram que frequentar uma faculdade, num total de 17 anos a estudar, pode contribuir para um grau de miopia adicional, comparando com quem parou de estudar com 16 anos, durante cerca de 12 anos de educação.
Embora o grau de miopia seja relativamente pouco, os investigadores consideram que é suficiente para uma pessoa precisar de óculos para conduzir, por exemplo.
“Este estudo mostra que a exposição a mais anos na educação contribui para o aumento da prevalência de miopia. Um aumento no tempo dedicado à educação pode, inadvertidamente, aumentar a prevalência de miopia e a potencial deficiência visual futura”, indicam as conclusões divulgadas no British Medical Journal.
Os autores do estudo consideram que os resultados obtidos devem estimular uma educação sobre as práticas educativas, não para reduzir os anos dedicados a estudar, mas para intervir na prevenção ou interrupção da miopia na infância.
“O crescimento do olho axial ocorre predominantemente durante os anos escolares e, uma vez que os níveis de miopia tendem a estabilizar na idade adulta, qualquer intervenção para interromper ou prevenir a miopia precisa de ser aplicada na infância”, referem.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.