Uma investigação do Departamento de Genética Humana do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) permitiu descobrir que a proteína que se encontra “hiperativada” na maior parte dos cancros pode ser produzida no organismo, de acordo com a informação disponibilizada na página oficial do organismo.
A proteína mTOR (mechanistic target of rapamycin) encontra-se “hiperativada na maior parte dos cancros e outras doenças, como diabetes e doenças cardiovasculares” e descobriu-se agora que “pode ser produzida no organismo através de um mecanismo alternativo da iniciação da síntese proteica”, pode ler-se.
“Esta descoberta abre a possibilidade para o estabelecimento de uma nova estratégia terapêutica em diversos tipos de cancro”, continua.
Os resultados, que se encontram publicados no artigo “Cap-independent translation ensures mTOR expression and function upon protein synthesis inhibition”, mostram também que este mecanismo se encontra ativo, tanto em condições normais como em condições de baixa oxigenação, como é o caso dos tumores sólidos. A publicação revela ainda que este mecanismo alternativo da iniciação da síntese proteica é essencial para a função do mTOR na progressão do ciclo celular, é explicado.
A proteína mTOR está envolvida na resposta celular a estímulos ambientais, fazendo parte de vias ou cascatas de sinalização dirigidas à regulação da expressão dos genes. Segundo a investigadora do INSA e uma das autoras deste trabalho, Luísa Romão, citada na página do organismo, estas observações, além de contribuírem para o conhecimento da regulação da expressão do mTOR, podem também abrir a possibilidade de estabelecimento de uma nova estratégia terapêutica, através da inibição da via alternativa de síntese desta proteína.
“Têm sido desenvolvidos vários compostos para inativar a via de sinalização em que se insere o mTOR, estando alguns deles já a ser testados em ensaios clínicos. Dado que muitos desses compostos possuem alvos não específicos com potenciais efeitos adversos, a inibição direta do mTOR através da inativação do mecanismo alternativo da sua síntese pode ser a próxima forma de contrariar a hiperativação desta proteína em diversos tipos de cancro e, assim, bloquear a sua progressão”, explica a investigadora.
A atual pressão que se coloca nos Cuidados de Saúde Primários (CSP) em Portugal é um presente envenenado para os seus utentes e profissionais de saúde.